Vivendo entre mil (e duzentos) livros

Devoradores de livro nos entenderão: comprar livros é tão bom quanto lê-los! Voltar para casa com um volume recém-comprado, ainda cheirando a papel e tinta fresca, é umas das experiências mais prazerosas que um comprador compulsivo de livros leitor pode ter. Porém, se você leva essa vocação a sério por tempo o suficiente, certos problemas de armazenamento se impõem e chega uma hora em que você se vê com a seguinte questão: como colocar aproximadamente 1200 livros em um apartamento de 60m²?

A primeira coisa que você faz é comprar uma estante e arrumar um cantinho:

Daí na verdade você vê que vai precisar de mais uma estante ou duas:

Você começa a abarrotar prateleiras em que pessoas normais colocariam dois porta-retratos e um gatinho de porcelana:

Chega uma hora que toda superfície disponível vira lugar para as pilhas de livros…

…nesse caso, na cabeceira, as pilhas de leituras em andamento.

Ou também essa pilha que começou com alguns livros a serem devolvidos, e de repente virou o lugar oficial de mais leituras em andamento, leituras a começar, livros já terminados, mas que acabaram ficando por aí mesmo.

E por “toda superfície disponível” queremos dizer toda mesmo, inclusive o chão conta como superfície, formando esse lindo criado-mudo para apoiar mais leituras em andamento. 🙂

Claro que não tem estante suficiente (nem mesmo chão suficiente), então colocamos uma grande parte nesse baú debaixo da cama. Nele tem aqueles livros repetidos (como o Em casa: uma história da vida doméstica), aqueles que não gostamos tanto assim (longe de mim falar mal de Minha vida de menina), e aqueles que, com dor no coração, acabam ficando escondidinhos (mas talvez seja melhor pensar que eles estão protegidos da poeira e da ação do tempo).

E tem também os que a gente guarda na casa dos nossos pais (e que não fotografaremos agora por razões óbvias). E tem os perdidos no porta-malas do carro, os debaixo da pia do banheiro, os de dentro dos pufes da sala. Nossa, e tem vezes que a gente quer algum livro e não consegue lembrar exatamente onde está. E tem também dia de faxina, tirar pó de tudo. Enfim. Tem tudo isso. Mas a verdade é que, apesar de todo o trabalho, é incrível poder viver em meio a nossa bagunça particular, milhares de melhores amigos, cada um contendo viagens por cabeças alheias e promessas de arrebatamento. E, como as festas mais incríveis são aquelas em que você perde um sapato e sai com a gravata na testa, é mais ou menos assim que as coisas vão ficando. Because we are having too much fun etc.

falando sobre tudo, menos logaritmo.

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