1. Ler a biografia de alguém pode ser uma maravilha ou uma tragédia. Conhecer a vida de um artista em detalhes pode reforçar a admiração que temos por sua obra ou simplesmente estragá-la para nós. Talvez seja possível não deixar que essas duas coisas se misturem, mas isso exige grande disposição, organização mental e preferencialmente certa distância no tempo.
2. Ler sobre as pessoas que alcançaram grandes feitos em suas áreas pode ser inspirador, mas pode também nos levar a um lugar de comparação indesejável: Mozart compunha sinfonias aos 9 anos, e eu aqui aos trinta queimando o arroz. É preciso perspectiva.
3. Mergulhar na vida de outra pessoa pode ser tão absorvente quanto mergulhar em um mundo ficcional, com o bônus de que o cenário de uma biografia é o mundo real. Ou seja, uma boa biografia pode empolgar tanto eruditos e historiadores quanto leitores contumazes de ficção e fofoqueiros.
4. Alguns cientistas afirmam que a leitura, assim como os sonhos, pode ser uma ferramenta de simulação de situações reais. Uma biografia trata de situações em princípio verdadeiras e acompanhar o protagonista biografado a navegá-las pode até nos ajudar a tomar melhores decisões.
5. Como já disseram, o gênero biografia é uma espécie de “insubordinação contra a morte”. Ler sobre alguém que nasceu no final do século 19 e escreveu poesia durante as duas grandes guerras, por exemplo, é como exumar experiências que de outra maneira se perderiam no tempo para sempre. É renovar o impulso de viver e trazer ideias de volta à vida, de novo e de novo.
E aí, vão encarar um calhamaço biográfico este ano?
