George Eliot é, na verdade, o pseudônimo de Mary Ann Evans, uma das maiores escritoras inglesas da Era Vitoriana. Criada no campo, numa família muito religiosa, viveu na tradição cristã até ter contato com o livro An inquiry concerning the origin of christianity, quando rompeu com o cristianismo.
Os romances de George Eliot retratam personagens de comunidades rurais no ambiente provinciano do interior da Inglaterra enfrentando as contradições de uma nova realidade social, cultural e econômica; além disso, a moral e os bons costumes são constantemente analisados e colocados à prova em suas obras.
Eliot viveu mais de vinte anos com George Henry Lewes e, depois da morte dele, casou-se com John Walter Cross, seu editor e biógrafo; o casamento não durou nem um ano, devido à morte de Eliot, em 1880.
Mary Ann Evans foi uma das primeiras mulheres a conquistar seu lugar no cânone literário e inscrever seu nome na literatura inglesa e mundial. No entanto, Evans só foi publicada na época por usar um pseudônimo masculino – que foi escolhido em homenagem ao seu companheiro, George Henry Lewes, oficialmente casado com outra mulher -, por isso é comum ver o pronome “ela” relacionado ao nome George Eliot na maioria dos textos sobre a autora.
Como uma mulher de seu século, é anacrônico (não) nomeá-la feminista. No entanto, o lugar de Eliot na história da literatura universal deve ser valorizado também como forma de recuperar outros nomes que apesar de canônicos (o que é ou não é cânone fica para um outro dia), são pouco conhecidos por nós. Definitivamente, o espaço de Eliot no campo literário é uma forma de empoderamento feminino.
